Atriz conta como foi sua volta aos PALCOS e compartilha lições de vida

Atriz Rose Scalco é nossa convidada para ser CAPA da Revista MaisBonita em comemoração ao seu aniversário

Quando o assunto é se reinventar Rose Scalco domina com maestria. Sua carreira é o principal exemplo de uma mulher que não teve medo de abraçar os mais distintos projetos, pensando não apenas na realização própria e no sustento familiar, como também, em construir um mundo mais justo e digno para que outras mulheres conquistem a liberdade e tenham seus direitos garantidos.

Na novela da vida real, a protagonista dessa matéria já estrelou diferentes capítulos, não tem medo do desconhecido e nem de se lançar em novos desafios. Atriz, modelo, ativista, apresentadora, jornalista e advogada, Rose não mede esforços quando se trata de alcançar seus objetivos e, por meio da arte e da cultura, construir um mundo melhor para todos. Recentemente, esteve em cartaz com a peça “Estrelas na Kitchenette “, que marcou de forma emocionante seu retorno aos palcos após um longo período longe do teatro por focar na carreira jurídica.

Relembre sua trajetória

Nascida no Paraná, em uma família de ascendência italiana, sabia desde muito nova que queria ser atriz. A determinação tão peculiar da sua personalidade foi o combustível para alcançar seus objetivos logo cedo. A beleza de Rose se destacou no mundo da moda. Por um período, participou de muitas campanhas publicitárias como modelo das agências Ford e Mega Models e foi destaque de diferentes capas de revistas. Rose destaca que fazia trabalhos publicitários para pagar seus cursos de interpretação. Certamente, você deve se lembrar desse rosto, não é verdade?

Participou da abertura da novelinha "Malhação", na Rede Globo, o que lhe rendeu uma entrevista para o programa "Vídeo Show", da mesma emissora. Se formou como atriz pelo curso Tablado/RJ e o Curso de Artes Laranjeiras (CAL), conquistando assim o registro junto ao SATED/RJ, no ano de 1996. Fez participações em séries como: "Você Decide", "A Turma do Didi", "Caça-Talentos", "Programa da Angélica Especial de Natal" e também uma participação como ATRIZ em “ Malhação “.  

No teatro, participou de várias peças infantis interpretando as princesas da Disney e a peça “ Três é Melhor “ ,  todas no Teatro Princesa Isabel, em Copacabana. Além da área artística, Rose também abraçou projetos no setor da comunicação. Como jornalista, apresentou o Programa "Entrelinhas" e assinava como colunista social na "Revista Diference".

Em 1999 buscou uma carreira mais sólida e abraçou o mundo jurídico desde sua formatura em 2003. Atuante na área cível, com foco em Direitos Autorais, trabalha pelos direitos do uso indevido de imagem. Como ativista, é precursora do movimento "Justiça de Salto Alto - do Despertar à Superação", no qual se dedica ao combate à violência doméstica e assuntos do Universo Feminino, em defesa de Mulheres e Crianças.

Rose, como jornalista,  também escreveu para o site Live News BR sobre celebridades e faz entrevistas no UNIVERSO DA ARTE  com artistas renomados, aproximando-os ao máximo dos seguidores, em uma homenagem a cada convidado em seu modo de vestir, em  seu Instagram pessoal, @scalcorose

Nesta edição da “Revista MaisBonita”, nossa grande anfitriã marca presença novamente em mais uma edição. Além disso, compartilha com nossos leitores sobre a experiência de estar novamente nos palcos, deixa conselhos para as mulheres e, em um jogo rápido, nos conta sobre as suas preferências e sua visão de mundo.

Entrevista com Rose Scalco

1) Fale um pouco sobre a peça "Estrelas na Kitchenette". Qual era a história?

Rose: “Estrelas na Kitchenette “ é de autoria de Augusto Pessoa, com direção de Guilherme Del Rio e Marco Miranda. Uma comédia rasgada ambientada nos anos 80,   onde “ Aristeu “, vivido por Marcos Oliveira, nosso eterno “ Beiçola “  mora em uma kitchenette em Copacabana. Ele está de mudança para um apartamento maior e irá alugar a kitchenette.  Chega como possível inquilina, uma mulher misteriosa. Aristeu reconhece a mulher como “Marisa Madey “, antiga cantora da Rádio Nacional  que está em decadência “ e que causa muita confusão, mas também ajuda muito Aristeu.  Esta é minha personagem. O quadro se fecha com a chegada de “ Cezinha “, interpretado por Fernando Giusti, que é presidente do fã-clube de Elvira Martins, rival de Marisa da época de ouro do Rádio. Quando as quatro “estrelas” se encontram na “kitchenette” tudo pode acontecer e o público vai às gargalhadas. A oportunidade foi um presente de Guilherme Del Rio e marcou também o retorno do MARCOS OLIVEIRA aos palcos. Gratidão imensa!

2) Sabemos que cada peça é uma experiência marcante para um artista. Teve alguma situação que te marcou nessa temporada?

Rose: Muita emoção, pois foi a retomada de uma carreira que, por problemas pessoais, renunciei lá atrás quando estava em ascensão, mas necessitava de maior estabilidade financeira para sustentar a mim e ao meu filho, que hoje tem 23 anos e acabei tendo que me dedicar à carreira jurídica, afastando-me dos palcos e das telas. Nunca perdi os contatos e sempre me mantive no meio artístico de alguma forma, mas só consegui retornar com esta peça e, coincidentemente, no mesmo mês que meu filho se tornou advogado. Um privilégio! Emoção indescritível! Até tentei um pouco antes da pandemia, mas não foi possível. Eu queria unir as duas carreiras em um Projeto e a longo prazo ainda pretendo fazer algo artístico que possa também despertar pessoas para abuso e situação de violência doméstica. Entendo como uma missão de vida fazer arte junto com o Movimento que tenho para o universo feminino: JUSTIÇA DE SALTO ALTO – DO DESPERTAR À SUPERAÇÃO, é meu grande propósito.

3) Estamos vivendo em  um novo cenário do mundo após a pandemia. Você sentiu esse impacto no teatro e na cultura em geral?

Rose: Sim. A cultura e a arte foram as grandes responsáveis por salvar vidas na pandemia, principalmente, a saúde mental durante o isolamento e, consequentemente, a física porque sabemos que foi um período nebuloso e não conheço ninguém que não tenha utilizado filmes, novelas, músicas, redes sociais tendo surgido as lives e a valorização do virtual em nossas vidas, mas paradoxalmente, foram  áreas muito atingidas porque o mundo parou e, certamente, os artistas e profissionais ligados à elas sofreram as consequências da paralisação. A arte e a cultura foram e são fundamentais para nossas vidas.

4) Como foi conciliar a rotina da peça com suas outras atribuições?

Rose: Costumo dizer que sou uma artista no jornalismo e na advocacia,  pois não tenho dúvidas que as artes cênicas contribuem muito para o exercício das outras profissões e me dedico a todas elas, mas sempre tem a que se destaca mais em um determinado momento. A arte está em tudo que fazemos e saber disso torna tudo fantástico. Neste período conciliei os ensaios no período noturno e o espetáculo foi nos fins de semana, então, foi bem tranquilo.

5) Quais são os próximos planos na carreira de atriz? Vai continuar com peças?

Rose: Pretendo não parar mais. Se depender de minha dedicação será incrível, mas sou muito pé no chão e vou dando um passo de cada vez e ter tido o direito de retomar já me faz muito feliz. E, após anos, pretendo atualizar meus cadastros e meu material junto a produtoras e TVs. Quanto à peça não depende de mim e, sim, da produção e de outros pontos, mas torço pela volta em cartaz. Tenho também um convite para um espetáculo infantil, que aliás fiz muitos no passado e amo o lúdico e estar no palco será sempre um privilégio. E, como disse, unir as duas carreiras a longo prazo é meu grande propósito. Como hoje faço com a artística e o jornalismo, no UNIVERSO DA ARTE, como apresentadora, entrevistando artistas e tornando suas histórias acessíveis ao público, de forma positiva e intimista em uma verdadeira homenagem.

6) Qual foi a sensação de estar no palco?

Rose: Uma emoção indescritível! Uma sensação de leveza. Certamente, um bálsamo concedido por Deus! Um grande presente!

7) Quais são seus próximos projetos na carreira?

Rose: Já disse acima e ratifico: acredito em providências e não em coincidências e sigo com fé, pois assim faço minha parte e deixo acontecer de acordo com os desígnios de Deus e, com saúde sei que será o suficiente. Espero ter a chance de conscientizar mais pessoas sobre abusos, violência doméstica e salvar vidas, por meio da arte. Eis a  minha missão!

8) Você é jornalista, advogada, atriz e apresentadora. Uma referência para muitas mulheres.

Qual conselho você dá para todas que estão iniciando carreira nessas profissões?

Rose: Acredito que as pessoas possam desenvolver mais de uma função e muito bem, desde que se dediquem com a alma e o coração. Realmente aposto nos múltiplos talentos. Destaco que, em todas as formações você tem que ser autodidata e estar sempre atualizada. Indico que acreditem em si mesmas, estudem e invistam em seus sonhos, pois o conhecimento ninguém pode roubar. Vocês podem passar dificuldades, retaliações, prejuízos e enfrentar outras adversidades, mas o conhecimento permanecerá intacto. E, certamente, salvará suas vidas em muitas situações, pois te colocará à frente de seu tempo. A vida deve ser um eterno aprendizado. Deem o seu melhor e saibam que vocês podem ser o que quiserem. Sempre há tempo de se reinventar e recomeçar independente do sonho que for.

JOGO RÁPIDO

1) Seu lugar favorito no mundo.

Rose: o lugar onde possa despertar pessoas, com palavras, gestos, atitudes e histórias.

2) Um sonho que ainda não se realizou.

Rose: poder viver da arte e com mais liberdade financeira!

3) Sua motivação diária.

Rose: o olhar dos meus filhos, pois nele vejo a face de Deus!

4) Uma pessoa que te inspira.

Rose: meu pai, pois tem a sabedoria da vida!

5) Um conselho para mulheres iniciando no mercado de trabalho?

Rose: invistam em vocês e em suas profissões para que nunca precisem suportar menos do que merecem e mantenham o poder de escolha, independente, das circunstâncias.

6) Seus filhos em uma palavra.

Rose: amor

7) Rose em uma palavra.

Rose: revolucionária

8) Uma frase que te marcou.

Rose: “a arte existe para que a realidade não nos destrua “ (nietzsche)